Duas pessoas se encontraram à meia-noite naquela sala que fica no final do corredor de um prédio antigo, numa cidade estranha…
Eram dois administradores de banco de dados, de uma mesma consultoria, e estavam prestando serviço para um cliente. Eles viajaram por horas para estarem lá naquele momento.
Ambos eram qualificados, certificados, e com boa experiência em lidar com ambientes de alta criticidade. Mas havia uma certa tensão, como sempre. Era uma janela de manutenção importante que envolvia várias atividades complicadas [daquelas que se você fizer bem leva um tapinha nas costas, e se fizer errado leva um chute no traseiro – você sabe do que estou falando!].
Houve alguns problemas. Os pré-requisitos para aplicar um patch não foram seguidos corretamente. Houve falha no planejamento de capacidade e o espaço em disco acabou durante a execução de um processo batch, resultando em erros e reprocessamentos. O backup de uma tabela precisou ser restaurado, mas não funcionou de primeira [culpa do time de storage]. Eles tiveram que fazer muitas ações manuais e usar a expertise, mas no final deu tudo certo.
Esta foi só mais uma noite de um final de semana. Não muito diferente de outras que ocorrem durante o ano.
Dez anos se passaram.
Aquelas duas pessoas estavam trabalhando juntas na mesma empresa, porém em uma outra consultoria.
E havia uma diferença. Um deles ainda era DBA, porém MUITO MAIS EXPERIENTE do que antes, mas com a vida de sempre. O outro era o SÓCIO-FUNDADOR da consultoria que eles trabalhavam. E ele estava tranquilo, pois tinha acabado de fechar mais um negócio milionário com um cliente novo.
Você Encara os Fatos – Ou Se Esquiva?
O fato é que hoje as empresas buscam ser data-driven, e aquelas que já são, precisam muito de profissionais na área de dados com skill em cloud, engenharia e ciência de dados, e menos de DBAs.
Como um engenheiro de dados, você terá que ser capaz de desenvolver, construir e manter arquiteturas que suportam sistemas em qualquer escala, e explorações e análises em uma grande quantidade de dados, feitas por cientistas de dados.
Você não terá que instalar e configurar uma infraestrutura de banco de dados: você irá apenas criar um serviço de persistência na nuvem; Você não vai dimensionar pelo pico e projetar o crescimento para os próximos 3 anos: você vai provisionar pelo uso, e otimizar a utilização; Você não vai criar scripts de monitoração em shell para os bancos de dados e os backups: você vai carregar arquivos dos mais diversos formatos usando Python e SQL; Você não vai sentar aqui e os desenvolvedores lá: vocês vão sentar juntos e colocar os algoritmos pra máquina aprender; Você não vai reportar quais são as queries lentas quando houver um problema de performance: você vai resolver o problema de performance!
O sócio-fundador, e ex-DBA, percebeu que a área dele estava passando por um estágio de grande automação. Ele deixou de lado seu foco em infraestrutura e administração de banco de dados, e aprendeu Python, REST, JSON, Spark, integração, cloud, DevOPs, melhorou muito seus conhecimentos em SQL, conheceu técnicas de data wrangling, e os diferentes tipos de banco de dados. Familiarizou-se com IoT, microserviços, machine learning, IA e blockchain.
Ele ainda trabalha até as 4 AM, mas a diferença é que ele ama cada minuto: ele abriu essa startup de consultoria que só cresce, e hoje é dono do seu tempo.
Fazendo isso você pode não chegar aonde ele chegou – fundar uma startup [talvez nem queira isso]. Mas você estará preparado para a evolução tecnológica que estamos passando, e vai trabalhar nas melhores oportunidades com os melhores salários do mercado.
Há um trem em alta velocidade passando. Você pode encarar os fatos [da evolução tecnológica] e aceitar o desafio de entrar nesse trem, como o sócio-fundador fez, ou então ver ele passar.